ele elevou os braços e caiu na prisão
beijou o chão, sujo e molhado de dias e de almas
precisou queimar as roupas
o cheiro de azeite velho enrugava seus olhos
não saberia encontrar o fim do labirinto.
construi o barco
remou
remou
remou
construi o poema
ele, o profeta e o menino
elevou os braços e debaixo da corrente da água
nascido, imperou o grito
dançou e balançou
e rezou.
ele, o menino e o profeta
tiveram novamente a volta ao útero
agarrou a mãe e aqueceu o peito
e mais, uma vez
recorreu aos dias, suas máculas foram, partiram
abraçou a mãe e retornou ao lugar sagrado do útero
a placenta e a meladeira do gozo
voltoram e agradeceu.
ele, o menino e profeta
se acalmou
e teve alma cortada e abençoada.
do seus peitos avoaram a beleza dos dias
do seus olhos vertigens e cintilações
mil estrelas cairam e nesse segundo nasceram milhares, quase-segundo
um homem se salvou e toda humanidade nasceu de novo.
"quem salva um homem salva toda a humanidade" Maomé.
ícaro mares
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