"Naveguei com meus desejos/e você não sabia que eu sonhava./ Escondi minha vontade,/Estive inseguro/e segurei sozinho as minhas dúvidas./ Desejei ser seu rei/ e fui réu confesso/não forcei./Acreditei que seria capaz" (Quase poema, do livro homônimo de Manuca Almeida)
Ele me pegou pela mão.
Livros, papéis. Físicas-matemáticas desenhadas no branco.
Azuis-dançantes-integrais.
Entramos em uma sala. Que nunca fecha. Nunca. Um portal?
A sala nunca fecha. Os livos nunca fecham. Silêncios davam as costas para nós.
Números e vetores explodiam emudecidos nos olhos debruçados por sobre as bancadas.
A sala nunca fecha. Nunca.
Estava fria. Eu navegava pelo computador.
- Quer café? - perguntei.
- Só um pouco - Ícaro.
Eu o admiro em suas linhas geométricas. Eu o vejo, eu respiro a sua síntese.
- Boa prova - eu disse.
Ele me sorriu. Abriu a porta, confiante. Saiu.
Mas a sala nunca fecha. Nunca. Nunca.
Stella Marina
(Foto: Stella Marina)
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